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AMOR INACABADO

Nem só viver de lamentos, é o que mais desejo
Não me basta saber-me lembrada
Não quero a terra pelo céu trocar
Às vezes oiço o vento soprar
E só por isso, vale a pena ter nascido.

Aos corações que sofrem separados
Em lágrimas no exilio os vejo
Não me basta o afeto simples e sagrado
Com que nas desventuras me protejo
Consomem – me as feridas por sarar
É meu maior ensejo
Humanamente viver e amar, só por amar
Quero a ternura de um abraço
E a doçura do teu beijo.

Mirra-se-me no peito meio abafado
O descontentamento, o enfado do gerado
Não quero o desalento desmesurado
Não há misantropia, pesar ou saudade
De um amor inacabado
Num coração separado.

Durinda Paiva 2023

VIVE E CANTA

Canta ao sol que tens na alma
Alma de poeta é encanto da lua
Lua me sussurra a melodia pura
Pura e cristalina canta a água do rio
Rio onde meu corpo sacio do calor
Calor numa longa noite de verão
Verão, ocaso perdido à beira mar
Mar é canto de ninfas com sabor a sal
Sal, sabor lágrimas regando a vida
Vida criação, evolução, sonata da natureza
Natureza canta a beleza da liberdade
Liberdade de quem vive e canta
Canta, dança á chuva no verde vale
Vale de fresca erva na Levada
Levada na suave pauta de magia
Magia e encanto das noites de poesia
Poesia declamada em roda de meninos
Meninos que nascem, muito amados
Amados e perfilhados, filhos de sua mãe
Mãe desfia alegres rimas e cantigas
Cantigas ressoam nos tempos e no piano
Piano tateado, salpicado de mãos
Mãos pequenas e rosadas da Infância
Infância que dá cor á alma do poeta!

DUDA